A obesidade, atualmente, é tratada pelos principais indicadores de saúde como a epidemia do século. Na busca por melhorias na qualidade de vida e do tratamento indireto das comorbidades envolvidas, a Cirurgia da Obesidade (Gastroplastia), além das terapias endócrino-metabólicas, criaram um novo contingente de pacientes ditos “ex-obesos”.
As deformidades resultantes dessa grande perda ponderal vêm ampliando o campo de atuação do Cirurgião Plástico. Dentre elas, a região abdominal representa, sem dúvida alguma, um dos maiores desafios nesse tipo de paciente. Grandes aventais horizontais e, principalmente, o excesso de tecido cutâneo vertical, tornaram as técnicas de ressecção horizontais ineficazes, na maioria das vezes, promovendo o “Renascimento da abdominoplastia em Âncora”. A Cicatriz vertical muitas vezes não tolerada para paciente que foi submetida à gastroplastia videolaparoscópica, produz uma melhora substancia no contorno corporal e na correção do excesso de pele acima do umbigo. Porém a abdominoplastia clássica por muitas vezes está indicada e com bons resultados. (Cicatriz apenas Horizontal)
Não somente o Abdome, a flacidez mamária desfia as técnicas Clássicas de Mamaplastia. A flacidez extrema associada a transformação gordurosa da mama (liposubstituição ou substituição da glândula Mamária por gordura) leva quase sempre a necessidade do uso de implantes mamários de silicone associados a retirada do excesso de pele (mastopexia).
Braços e pernas não ficam muito atrás. A Braquioplastia (ou “lifting de Braços”) e a coxoplastia (ou “lifting Crural”) podem ou não serem associadas. Muitas pacientes não toleram as cicatrizes, reservando a cirurgia para casos mais extremos.
E por fim a face. O excesso de pele na face é impulsionado pela grande perda de peso. Mais um grande desafio que o Cirurgião Plástico moderno deve reservar dentre o seu Arsenal.
Muitas pacientes perguntam quando operar, o que operar primeiro e se podem fazer cirurgias combinadas. Minha rotina (que não é consenso) é esperar um mínimo de 180 dias para iniciarmos as cirurgias. Deve-se lembrar que mesmo a paciente já ter atingido o peso ideal ou “estabilizado” o peso, a pele, passou por uma grande modificação e está recuperando um pouco de sua elasticidade. Nunca mais ela terá a mesma elasticidade de antes da obesidade. Para uma boa cicatrização e resultado o Cirurgião Plástico depende disso. Geralmente inicio com o abdome. Mama a seguir. Braço e coxas deixo por último assim como a face (facelifting). Não combino cirurgias no paciente pós-bariátrico por achar que o risco cirúrgico aumentado por deficiências prévias (como anemia por exemplo), mesmo que corrigidas, devem ser levadas em conta. Se falar na recuperação e na obrigação com resultado.
Respeito para todas as cirurgias um IMC abaixo de 28. Uma boa consulta pré-operatória deve ser feita no sentido de buscar e corrigir deficiências provenientes da perda ponderal e na explicação do pré, per e pós-operatórios. Entender a expectativa do paciente é a grande chave para uma cirurgia com sucesso. Explicar as limitações do procedimento. Se houver um bom entendimento, operar.